Cachoeira do Campo é um distrito muito visitado, principalmente por estar no caminho direto entre a capital Belo Horizonte e a histórica Ouro Preto. Às margens da BR 356 podem ser vistas muitas lojas de artesanato regional, além da Praça do Artesão, próxima à rodoviária, que conta com produtos diversos, tanto em móveis de madeira de demolição, quanto bordados, culinária típica e variados objetos de decoração. Para aqueles que passarem pelo local, vale muito a pena um retorno para entrarem no centro histórico do distrito, que possui belas igrejas, capelas e o casario dos séculos XVII e XVIII.
O distrito de Cachoeira do Campo surgiu ainda no século XVII, entre os anos de 1674 a 1675, quando a bandeira de Fernão Dias Paes, em busca de riquezas nas montanhas de Minas, provavelmente descobriu a cascata de águas límpidas, próximo ao atual Centro Dom Bosco, que daria origem ao histórico nome do povoado da “Cachoeira”, passando mais tarde a ser chamado de Cachoeira do Campo. No ano de 1680, o aventureiro Manuel de Mello teria se estabelecido em Cachoeira, tornando-se o primeiro morador.
Em sua Monografia Histórica, Pe.Afonso de Lemos afirma que o povoado teve início nos anos de 1700 e 1701, em razão de uma grande fome que acometeu a região, forçando a procura de espaços propícios para o plantio. Pela fertilidade do solo e amenidade do clima, Cachoeira tornou-se então um dos centros regionais de produção agrícola.
O distrito de Cachoeira do Campo está localizado a 22 km de Ouro Preto. Foi no distrito que se desencadeou um dos episódios mais sangrentos e decisivos do conflito envolvendo os direitos de exploração de ouro na futura Capitania de Minas Gerais, conhecido como Guerra dos Emboabas, conflito entre paulistas e portugueses, entre 1708 e 1709. Após essa guerra, foi na Matriz de Nossa Senhora de Nazaré que foi consagrado o primeiro governador eleito pelo povo da história das Américas, Manuel Nunes Viana, que liderava os vencedores Emboabas.
Sabe-se que os portugueses trouxeram a devoção por Nossa Senhora de Nazaré, sendo assim, a construção da Matriz, um dos maiores atrativos arquitetônicos do local, data da primeira metade do século XVIII, sendo um dos mais antigos templos de Minas. Em frente à porta principal, destaca-se o cruzeiro de pedra, símbolo da devoção cristã.
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Texto: Greiza R. Tavares Rodrigues Ferreira - Jornalista - Agente Administrativo - Secretaria Municipal de Turismo, Indústria e Comércio - Prefeitura de Ouro Preto - MG.
Referências: COSTA, Joaquim Ribeiro.Toponímia de Minas Gerais.Ed. Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte 1970.
MARTINS, Antonio de Assis e OLIVEIRA, José Marques.Almanak administrativo, civil e industrial da província de Minas Gerais.Typographia do Minas Geraes, Ouro Preto, 1864.
VASCONCELLOS, Diogo de. História Média de Minas Gerais. 4ª Edição. Belo Horizonte: Itatiaia, 1974.
Conferido por Vilma do Nascimento, em 19/01/2023. Ok.